Quem é Caroline Amanda?
Bisneta de Rosa, de Belarminda, e de Adélia da Cruz. Neta de Inês, Eulália, de Antônio e de Augusto. Filha de Renata e de Augusto Júnior. Minha bisavó, avó e mãe sofreram histerectomia. Hoje cuido da saúde sexual e reprodutiva de mulheres negras com formas de prevenção para que o genocídio não ocorra através do bisturi. Sou uma guardiã da saúde uterina.
Entendo o ventre como um lugar de múltiplas potências (energética, biológica, psicológica e emocional) que deve ser preservado. Cuido de todas as pessoas com o útero, exercendo um maior foco na realidade bio psíquico emocional de mulheres negras.
Um pouco mais sobre a minha história
Já adoeci e fiquei meses sem menstruar. Fui induzida ao anticoncepcional pela medicina ocidentalizada (ao qual rejeitei). Me cuidei e curei com saberes transmitidos pela Ginecologia Natural e Terapia Menstrual.
Vivenciei violência por mãos de mulheres brancas para expandir meus saberes em Saúde Ayurveda e Tântrica. Foi neste dia que entendi que precisava criar algo diferente para a minha comunidade. Minhas irmãs não precisariam mais passar pelo que passei para poder cuidar de sua saúde sexual e reprodutiva com práticas complementares de saúde.
Foi assim que pari a Yoni das Pretas.
Hoje sustento esta plataforma virtual e presencial que acolhe pessoas com útero. Trabalho com o pré-parto e o pós-parto, pensando na alimentação e na saúde bio-psico-emocional. Em 2020, inauguramos a Yoni Das Pretinhas, pensando na saúde íntima e sexual de meninas e abordando a sexualidade positiva.
Sou Terapeuta Sistêmica e Integrativa, Pesquisadora, Educadora e Consultora em Saúde Sexual, Cientista Social e mestranda em Filosofia pela UFRJ, com mais de 8 anos de atuação no cuidado e promoção da saúde, prazer e bem viver de pessoas com útero/vulva, com foco na realidade bio-psico-social de mulheres negras e afro indígenas.
Minha pesquisa se desenvolve no contexto de análises dos impactos e assimetrias das relações étnico raciais e de gênero na sociedade brasileira.
Ao longo do último quinquênio me consolidei como autoridade no segmento de saúde integrativa, íntima e sexual, atuando como palestrante e difusora de conhecimentos no âmbito acadêmico e na esfera corporativa, dentro e fora do Brasil.
A convite da Eberswalde University for Sustainable Development palestrei sobre sobre a comunidade Yoni das Pretas como experiência prático-teórico de Prazer e Bem Viver- 2022.
Meus trabalhos em perspectiva de pesquisa ativista têm sido aprovados para congressos como: Mundos de Mulheres na Universidade Eduardo Mondlane em Mapúto – Moçambique em 2022 e na Conferência Etnia, Raça e Povos Indígenas (ERIP) 2022 em Stanford University- Centro de Estudos Latinoamericanos (CLAS) na Cidade do México – México, também em 2022.
Além de ser acionada como referência para entrevistas, palestras e consultorias, vale destacar também o fato de que me tornei a primeira especialista negra em Educação e Saúde íntima Sexual em um programa de televisão com grande alcance no Brasil, contribuindo para representatividade também nesta esfera.
Meu coração pulsa forte ao dizer essas palavras. Acredito na confluência de possibilidades quando cuidadoras podem cuidar de outras, de si e prosperar em uma perspectiva de viver bem, com saúde e dignidade.
As propostas e iniciativas que Yoni das Pretas promove estão diretamente relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) promovidos globalmente pela ONU para erradicação da pobreza (1), boa saúde e bem estar (3), igualdade de gênero (5), emprego digno e crescimento econômico (8), redução das desigualdades (10), cidades e comunidades sustentáveis (11).
Sobre a Yoni das Pretas
Nossa missão é expandir a consciência coletiva acerca das potências e possibilidades da natureza cíclica tendo o corpo como tecnologia, a ancestralidade como ciência, o erótico como poder, o prazer como direito. A cura como meio e a alta performance sustentável como meta.